Morreu José Hermano Saraiva. Morreu um homem que encarou a divulgação da nossa história como uma missão. Uma perda irreparável para a nossa cultura. Ele ensinou gerações a gostar de História e a gostar deste país pequeno no tamanho, mas enorme num passado glorioso. Fica a obra, a memória e a saudade. Muito haveria a dizer, mas a emoção prende-me os dedos e bloqueia-me a mente. Obrigado Sr. Professor. A sua vida e obra não será em vão. Até sempre.
sexta-feira, 20 de julho de 2012
quinta-feira, 19 de julho de 2012
OS LAGOS DE LAGOS
Em
tempos teorizei sobre a possibilidade de Lagos dever o seu nome à existência de
algum ou de vários lagos por aqui. Após algum estudo chego à conclusão de que
posso dar a minha teoria como provada. De facto, Francisco Correia das Neves no
seu livro “ Enquadramento Histórico e Toponímia do Concelho de Oliveira do
Hospital” esclarece que “Lagos” e “Lagares” derivam do latim “lacus” que
significa lago, charco, ou pântano. A povoação assenta sobre lençóis de água. É
sabido que aqui é fácil encontrar água em poços sem ser preciso ir a grandes
profundidades. Naturalmente, em tempos antigos, formavam-se por aqui charcos e
pequenos lagos alimentados pelas inúmeras nascentes. O pequeno ribeiro que
atravessa Lagos podia nesse tempo ter maior caudal formando lagos e pântanos nas
margens. Também a nascente que alimenta a Fonte de São João podia contribuir
para isso. Outros argumentos vêm
confirmar a teoria e passo a descrever.
·
Há vestígios da
região ser habitada no Neolítico. Estes povos viviam da caça e da recolha de
frutos e raízes. Quando é inventada a agricultura, os povos deslocam-se para as
margens dos rios onde há água com abundância e terrenos férteis. Isso terá
acontecido em Meruge cujos habitantes terão deixado o alto de São Bartolomeu
para se instalarem nas margens do rio Cobral. Isso aqui não aconteceu. A zona
continuou a ser habitada como provam as sepulturas antropomórficas típicas da
baixa idade média. Significa que aqui havia água com abundância para a nova
actividade agrícola. (talvez algumas pessoas se tenham deslocado mais para
baixo onde passa um ribeiro e tenham dado origem a Nogueirinha. É apenas uma hipótese)
·
A zona onde
habitavam esses povos primitivos e onde se encontram vestígios chama-se Paul. A
palavra deriva do latim “palus” e
significa pântano ou terreno alagadiço.
·
Também existe
entre Lagos e a chamusca a Quinta da Lameira. O nome é também sinónimo de
lamaçal, pântano, charco ou lago.
Lagos
chamou-se São João de Lagos pelo menos até ao Foral Manuelino. É secular a
devoção a São João Batista e é muito provável que o nome tenha sido dado pela Ordem
Militar dos Cavaleiros de São João de Jerusalem conhecida por Ordem dos
Hospitalários e dona das terras de Ulveira (Oliveira do Hospital). Também é possível
que o nome seja mais antigo. Há sérios indícios de que a actual igreja matriz
foi construída num local de culto cristão ainda do tempo dos Mouros, mas isso
será tema para outro artigo.
Lagos
passa a Lagos da Beira e a origem do nome “Beira” é bastante confusa. Acredita-se
que foi dado o nome de terras da Beira a todas as regiões à beira da Serra da
Estrela. (Montes Hermínios), tanto para norte (Beira Alta) como para sul (Beira
Baixa).
Vítor Paulo Fernandes
sexta-feira, 13 de julho de 2012
FONTE DE SÃO JOÃO // REGALEIRA
Qual a origem da fonte de São
João em Lagos da Beira. A data (1872) leva a pensar numa possível obra de
António Augusto Carvalho Monteiro. Há outros indícios que levam a essa
conclusão: as semelhanças da nossa fonte com a fonte do palácio da Regaleira em
Sintra. Nada se pode afirmar com certezas, mas é difícil acreditar numa coincidência.
Claro que a fonte de Lagos é uma construção mais simples. Outro factor que pode
apoiar esta teoria é o facto de a nascente que alimenta a fonte estar em terras
que pertenceram a Carvalho Monteiro.
Nas fotos podem ver-se as
semelhanças marcadas com círculos.
FONTE DA QUINTA DA REGALEIRA - SINTRA - FONTE DE SÃO JOÃO - LAGOS DA BEIRA |
quarta-feira, 4 de julho de 2012
Subscrever:
Mensagens (Atom)